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Categoria: bibliotecas
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Em meados dos anos noventa, quando as bibliotecas brasileiras aproximaram-se efetivamente da internet e quando muitas delas consolidaram projetos de automação, era preocupação constante avaliar a eficácia desses processos de automação. Ainda avaliávamos, por meio de comparações, a eficácia dos catálogos automatizados e a dos catálogos convencionais. Foram questionamentos necessários ao momento, mas que hoje, com o olhar distante e mais ponderado que o tempo concede, revestem-se até mesmo de certa ingenuidade.

O questionamento sobre a eficácia dos catálogos tradicionais (leia-se catálogos com fichas) e dos, então chamados, On-line public access catalogs (OPACs), carregava, de modo implícito, a crença de que a mudança era de ferramenta apenas, quando na verdade era algo maior. O computador não era (e não é) uma “mera” ferramenta de trabalho.

A questão merece reflexões pela constatação de que não há determinismo na relação que entre si estabelecem a representação, a recuperação da informação e as tecnologias da informação. As tarefas básicas de organizar, administrar e disseminar o conhecimento, fazem eco, como, aliás, não poderia deixar de ser, à forma como a sociedade irá legitimar e justificar os sistemas de informação documentária, de modo geral. Num quadro sintético, a evolução dos sistemas de informação é pontuada por três fases distintas:

O ambiente eletrônico, por meio de suas facilidades e potencialidades, inaugura uma nova fase nos processos de organização e recuperação da informação, cujo centro é a questão do acesso e não mais a posse. Essa condição torna obrigatório rever teorias biblioteconômicas como, por exemplo, as referentes à formação e desenvolvimento de coleções e coloca em cheque várias fórmulas de controle informacional.

(c) Walter Moreira

27 jul. 2009